sexta-feira, 10 de junho de 2011

"A Ilha do inferno" ..

Hoje eu assisti a um vídeo que de uma maneira bem violenta, me assustou. Alguns alunos da minha turma abaixaram suas cabeças ou pediram licença de sala para não demonstrarem sua reação.
O Haiti, um "país-ilha" marcado por uma dor intensa, a dor da fome, da miséria. Uma criança correu seis quilômetros para no fim receber duas bananas e um saquinho d'água, oferecidos pela rede Globo durante uma reportagem com as crianças de Porto Príncipe, após o traumático terremoto de janeiro de 2010.
O local é de absurda desigualdade, é apontado como a área mais crítica na geo política das Américas, a corrupção no país não deixou com que as doações feitas pela ONU (Organização das Nações Unidas) chegasse até os necessitados, foram desviados beneficiando meia dúzia de pessoas do governo com algumas mansões.
O que mais me chamou atenção foi a "Cozinha do inferno" localizada na região de "Porto Príncipe", que se denominou pelo total inferno que se vive ali, é um tipo de comércio onde se predomina o "escambo" (a troca de mercadorias), quem não tiver o que trocar, não terá o que comer. As trocas são por exemplo, roupas velhas por algum pedaço de pão ou até mesmo um prato quase cheio de comida, e esta comida chega até a "cozinha do inferno" quando não há mais formas de serem utilizadas por outras pessoas, ou seja quase todas estragadas, além de suas refeições serem feitas de dois em dois dias. Uma mãe mostrou que quando não há o que comer, eles fazem "biscoitos de barro", que eram feitos de barro, manteiga e sal, e com isso alimentavam as crianças. Além de conviverem com a sujeira, valões a céu aberto, os porcos são animais predominantes na região que disputam a comida com os habitantes do local. É basicamente uma comida para porcos, que os haitianos também consomem.
As pessoas que moram neste local vivem os destroços do terremoto, a cidade está destruída em massa tendo de sobreviver mesmo diante a dor, e não apenas física pela fome e doenças, há também pela perda de entes queridos e a falta de misericórdia de outros povos. Além do nosso país estar ajudando, ainda esperávamos que os EUA nos ajudasse nesta empreitada, porém já se passou um bom tempo e nossos amigos de cima ainda não se pronunciaram! Entretanto, ainda esperamos que nosso exército seja capaz de por alguns momentos fazer a alegria e mostrar que existe esperança mesmo a um local tão desumanizado.
Ao ver estas cenas me deparo com pessoas que reclamam daquilo que comem, daquilo que possuem, é estranho você chegar em um país onde mesmo que a "morte" seja seu cartão de visita, haja um belo sorriso no rosto de alguns habitantes. Porém, no rosto de milhares há um desespero eminente, pessoas implorando por ajuda, água e comida. Em meio a estas pessoas uma senhora é indagada se ainda há alguma esperança, e ela diz: "Sim. Meu sonho ainda é morrer vendo meu povo unido e tendo o que comer todos os dias."

eu escrevo

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