terça-feira, 29 de março de 2011

Traços ..



Quis olhares e pensamentos eternos
Relutou-se ao ouvir um passado estranho
Sentiu medo e dor de um erro inapagável.

Lagrimou-se e se fez prostrar
Diante de um grande amor, se foi por lutar
na fraqueza de seus dias.

Sentiu perfumar-se de seu perfume
Tocou em dois toques aquela figura
que demonstrou toda sua saudade.

Filosofou ao estar sozinha;
Preferiu esconder mas contava para si mesma sua história
para sentir o gosto daquela alegria, apenas.

Ela só pedia algumas palavras
Implorava um telefonema à cada madrugada;
Sozinha.

Era o início da semana que aterrorizava
Tentava se distrair pela madrugada
por não poder inquietar-se.

Chorou, talvez, por dias!
Seu talvez se tornou tão verdadeiro
que a incerteza se tornou eterna.

eu escrevo

terça-feira, 15 de março de 2011

Doce história ..


Sentiu uma facada em seu peito, mas logo estranhou a falta da dor. Ansiosa e preocupada, sentia falta de cada sorriso jogado fora. Sentava-se em qualquer canto que sentisse a solidão se aproximar, fazia de conta que todos os sorrisos tenham sido levados com o rapaz que tirara a tua paz. Apoiou tua cabeça em um travesseiro, cobriu-se do frio que sentia e pôs-se à chorar.
Durante uma noite fria e escura, tirou de si quase toda água contida em seu corpo, por sentir medo. Alguns meses após a história de amor, a coragem lhe invadia a cabeça ao assistir filmes de romantismo e felicidade sem fim, mas se esquecia de que tudo não se passava de cenas gravadas que seriam cortadas caso houvesse um erro.
Por semanas se drogou de olhos aguados por falta dele, seus travesseiros não aguentavam mais serem lavados e sua cama não conseguia mais ser socada pela dor da moça pela noite.
Sentia-se frágil, nada que fizesse seria o suficiente para alimentá-la a ponto de substituir o grande vazio dentro de si.
Jorrava sangue de tua memória, que fazia de desculpa os dedos nos olhos.
Esfregava, esfregava até que quem se aproximou acredite que fora seus dedos quem causaram a vermelhidão em seus olhos!
Era jovem demais para sentir tais efeitos colaterais do amor, era jovem demais para sentir-se ludibriada a ponto de pensar em suicídio. Então encheu-se de coragem e fora atrás do rapaz, que lhe disse tais palavras:
- Temo ao procurar-lhe e tu se recusaste a me receber.
- Não a recusarei. Poderias vir quando quisesse.
- Quero saber como estás...
- (Um breve sorriso) Bem.. Casarei-me no próximo mês e a quero na cerimônia!
Achou-se perdida durante a conversa, sentiu-se pequena a ponto de se esconder em suas lágrimas e se camuflar em um sorriso relutante.
Foram horas de desespero escondidas naquela conversa, pensou por vários minutos alguma forma de sair dali sem obter êxito, então continuou ali naquela tarde pensando apenas na continuidade de sua vida.
Algumas horas depois, ainda naquele martírio, o rapaz insistiu para que ela dissesse algumas palavras pois estava apenas o ouvindo, e pediu para que contasse de algum grande amor que tivera ou que estivesse vivendo. A moça foi hesitante, mas logo se pôs à falar de seu grande amor.
Foram pobres palavras que fizeram o rapaz admirar aquela moça, mas como ele estava apaixonado pela noiva, não daria ouvidos caso ela dissesse que o tal rapaz seria ele.
Ainda naquele dia, na volta para casa, se distraiu com as tantas palavras do rapaz que fora pega por um caminhão numa curva acabando de vez com sua agonia.

Amor, palavra que se mostra pequena e indescritível, coisa que nos torna pequeno e totalmente perdido.

eu escrevo

sábado, 12 de março de 2011

Chuva de verão ..


Fazia sol mas de uma hora para outra choveu, e parece que o céu inteiro mudou de cor. Pedi "por favor" que me deixasse ver o sol, pois meu peito estava frio, carente e precisava ficar quente somente pelo sol.
A água caía e se misturava às minhas lágrimas e eu não parecia chorar... A praia estava cada vez mais deserta, todas as pessoas corriam feito desesperadas para não se molharem naquela deslumbrante chuva de verão!
Por um instante pensei que o sol pudera me dourar, fazer-me realmente feliz, mas ainda não havia experimentado o quão maravilhoso é o sabor da chuva ao banhar meu corpo!
Experiências são necessárias para todas as áreas de nossas vidas, somos responsáveis por aquilo que fazemos mas não pelo o que aprendemos. Portanto sempre que achar ruim a perda de algo, não se feche ao mundo, pois o que está por vir será melhor.

eu escrevo

sexta-feira, 11 de março de 2011

Uma bela diferença ..


Estendi meus braços ao longo do corrimão e deixei que a água que se despejou sobre ele, lavasse-os. Resolvi fechar os olhos e durante dois segundos me vieram lembranças que me deixaram abrir os olhos.
Olhei para a praia e me deparei com dois cachorros que corriam e brincavam entre si, diga-se de passagem que fora uma das cenas mais bonitas e embaraçosas que já vira! Bonita pelo fato de ser algo que os dois faziam juntos, sem temer a areia ou o mar que estavam ali, e embaraçosa por eu não saber se era uma brincadeira ou uma briga de cães.
Ele era preto e ela bege. Acho que não eram preconceituosos, bobos, eram tão diferentes e estavam tão perto um do outro.. Era uma demonstração de carinho e alegria tal que ninguém que estivesse por perto poderia atrapalhar tamanha intensidade. Eles não se desgrudavam!
Talvez por motivos estranhos, pessoas diferentes acham que não podem estar juntos. Ou por motivos aparentes a noção que eles tenham é a que os filmes os mostram, que apenas o perfeito vencerá. Após presenciar tal cena, creio que nenhum de nós seja perfeito e mesmo sendo um cão, aceitar suas diferenças torna tudo mais fácil de conseguir prosseguir na vida!

eu escrevo

segunda-feira, 7 de março de 2011


Te amo, mas não quero nem te ouvir e nem te olhar, por isso Deus me livre! Eu tenho medo de voltar... Me fez sofrer demais mas te olhando eu fico bobo, por isso Deus me livre! Te encarar você denovo... Te amo, mas vivo a fugir desse amor, não dá prá ficar cara a cara, eu quero esquecer mas se vejo você coração dispara! Por isso não quero te ouvir, nem te olhar, melhor continuar como estamos. Não posso voltar Deus me livre te amar! Mas eu te amo...

Zezé di Camargo e Luciano - Deus me livre.

domingo, 6 de março de 2011

Partes de mim ..


Meu cabelo não é o mais bonito, mas preciso penteá-lo.
Meus olhos é a única parte em que me orgulho mas tenho nojo daquilo que vejo.
Meus dentes e língua são os mais limpos possíveis, mas muitas vezes tenho repugnância à outras línguas que por mim foram tocadas.
Meus dentes são fortes, mas não são os mais alinhados. Mesmo assim me arrependo de ter triturado comidas que me fazem mal, embora tenham um gosto ótimo.
Meus braços são fortes, não o bastante, mas consigo segurar meus livros, mesmo que minha pele não seja tão bem cuidada. Ou talvez tenha feito coisas com ela no qual não suportou e mudou de cor.
Meu tronco é saudável, mesmo que não esteja no peso ideal, consigo andar nas ruas sem problemas e sem me cansar rapidamente.
Minhas pernas são fortes, mas muitas vezes me levam a lugares que não gostaria de ir.
Tenho inúmeros defeitos, no qual todos gostam de apontar. Portanto, possuo algumas qualidades que ninguém consegue enxergar. Pergunto-me o porque desta questão, passam-se dois segundos e me convenço do pior e esqueço.
Minha mente é trabalhada em milhares de pontos, onde controlam todas as ações que praticarei, desde pentear meus cabelos até ir à locais onde não desejo. E muitas vezes aquilo que desejo fica para o último plano.
Meu corpo deverá cair, um dia ele não aguentará mais e nem uma dose de adrenalina o fará voltar a seu estado anterior. A fraqueza é algo normal, talvez para qualquer ser denominado humano.
Sendo assim, creio que não vá temer quando eu fraquejar ou me sentir indisposta a ponto de cair e não conseguir levantar mais.

eu escrevo

sexta-feira, 4 de março de 2011

O guarda-chuva..


Viajando em um universo sem fim, procurando entender o porque de tudo dar errado quando mais quero que dê certo... Afim de cumprir minha finalidade e encontrar por fim, a felicidade, sem precisar correr atrás dela mesmo com a pressa de sorrir.
O vi com uma sombrinha entrelaçada em seu braço esquerdo, brincava embaixo de uma lona furada em frente à uma loja de carros; Não havia mais que 35 anos, mas aparentava mais de 40. Suas roupas sujas pela lama das ruas e corroídas pelos ratos dos esgotos, não tiravam seu sorriso pela sombrinha entrelaçada em seu braço.
Já se passava das 6 da tarde e o homem insistia em continuar ali, mesmo com a chuva molhando-o, sua alma parecia não ficar limpa mas seu olhar era brilhante pela sombrinha que carregava.
Fazia de tudo para que a sombrinha não fosse molhada, era a forma de se esconder da chuva, mas de uma forma estranha se apegou aquele objeto. Portanto, resolveu se arriscar e proteger a sombrinha da chuva!
Enquanto presenciava tal cena, dei-me conta do quão importante e valoroso algumas pequenas coisas, ou pequenas pessoas se tornam para nós, pequenas talvez por não nos dar o valor que merecemos e mesmo que este tenha que nos proteger, desejamos dar mais proteção a eles do que a nós mesmos para que não os percamos um dia, mesmo que por decorrência do destino venha à acontecer.
Sorrir talvez seja mesmo um estado de espírito, mas que mesmo ao praticá-lo necessito sentir, e é onde procuro a felicidade. Portanto, são nessas pequenas cenas onde me inspiro e crio meu ato de felicidade e é onde sempre criarei! E você? De onde tira seu sorriso?

eu escrevo